quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Uma visita a Veneza


Fomos participar pelo São Paulo F.C. na Meia Maratona de Milão,  a Stramilano, uma das meias maratonas mais velozes do mundo.
Zé João, Moacir Marconi, Ferreirinha, eu como técnico, fazem alguns anos, dirigentes do tricolor do Morumbi, foram a Milão prestigiar nossa equipe, Paulo Elysio, Souza,Queiroz,Enrico Vezzani, e também uma das figuras mais importantes do atletismo mundial, o meu grande amigo o saudoso Ademar Ferreira da Silva, bi-campeão olimpico do salto triplo, vencedor em Helsinque e Melbourne,  como curiosidade as duas estrelinhas amarelas no distintivo do SPFC são referentes a estas importantes conquistas.
Durante o período que ficamos em Milão, como sempre no Hotel Manin, dezenas de pessoas se aglomeravam em todos os lugares onde iamos para pedir autografos, não para meus atletas mas para aquele senhor, uma legenda do esporte o brasileiro mais importante, Ademar Ferreira da Silva.
Certo dia Ademar  me disse que gostaria de conhecer Veneza, providenciei um carro com o amigo Michele Mesto, era um Fiat Uno, diga-se de passagem bastante  usado.
Iniciamos nossa viagem para Veneza, estrada marvilhosa, passamos por Brecia, onde treinam os atletas quenianos e trocando ideias sobre nossa estada na Italia e especialmente pela ansiedade do nosso campeão em visitar a linda Veneza.
Faltando uns 30 ou 40 km para chegarmos, o combustivel estava acabando,  imediatamente entramos em um local bastante ermo que tinha um posto de gasolina.
O frentista uma pessoa de aspecto bastante simples começou a encher o tanque e de repente parou, dirigindo-se a mim disse: este senhor não é o Silva?
Disse a ele, que Silva? e prontamente aquele humilde senhor disse, é o grande campeão Ademar Ferreira da Silva e sem muitas delongas, começou a citar os feitos, marcas, resultados de competições. O nosso idolo ficou impressionado de ser reconhecido em lugar tão longinquo no exterior, longe de sua terra, onde ninguem o conheceria desta maneira.
Faço este relato para enfatizar a falta de cultura esportiva, que nossa juventude recebe, aquele frentista provalvelmente teve na sua formação escolar a valorização de esportistas que foram representativos, a valorização dos idolos e o culto de grandes feitos, aqui no Brasil nossa história esportiva não é valorizada.
pois tudo passa rapidamente, vale o momento e a manchete esportiva destacada.
Nossos  ex atletas como Eder Jofre, Miguel de Oliveira, Luiz Carlos Fabre, José Romão, Edgar Mitt, Argemiro Roque, Carlos Mossa, Pedro Henrique de Toledo, Sergio Antonio Tomé,  Nelson Prudencio, João Carlos de Oliveira, Maria Ester Bueno, Norminha, Marlene, Delcy, Wanda dos Santos, Odete Domingues, são nomes desconhecidos pelos nossos jovens, pelo povo em geral.
Para sermos um Brasil Olimpico devemos orientar e educar nossa juventude.
Mas o passeio em Veneza foi maravilhoso, e nosso grande idolo, conheceu ficou feliz e foi muito reconhecido, valorizado por todos.

Carlos Ventura - Carlão.

2 comentários:

  1. P A R A B E N S
    Enrico

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  2. Concordo plenamente com este comentário, não temos memória cultural, não conhecemos a nossa história e por consequencia continuamos a cometer os mesmos erros. Parabéns por sua postura diante dos tão bem representaram o esporte brasileiro.

    Ana Tereza Passot.

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