A noite daquela quarta feira, 31 de dezembro de 1924, distinguia-se pela auréola de feliz tanquilidade, que invariavelmente caracteriza a véspera do ano novo. Não cessara de todo a azafama das últimas compras de presentes, assim como as reuniões nos consagrados restaurantes, bares e confeitarias de São Paulo, em cujos locais grupos de amigos estavam reunidos para uma festiva comemoração antes do retorno de cada um aos respectivos domicilios, onde, na maioria dos casos, tinham a continuidade as confraternizações de parentes e amigos.
A cidade vivia ainda seus últimos momentos da ruidosa animação, restando apenas um certo movimento no famoso triângulo constituido pelas ruas Direita, São Bento e 15 de Novembro.
Entretanto, um detalhe a mais diferenciava a última noite de 1924: o jornal " A Gazeta " vinha anunciando a realização de uma prova pedestre que se iniciaria pouco antes da meia noite e teria seu término nos primeiros instantes do ano novo. A idéia fôra do jornalista Cásper Libero proprietário do popular vespertino que arrojadamente se propunha a alterr os hábitos de um povo que até então se limitava às reuniões familiares e, em alguns casos, aos "reveillons" anunciados por vários estabelecimentos.
Tudo indicavaque a prova não poderia ter êxito, pois, na verdade, os hábitos de um povo seriam traumatizados na forma e na essência pela participação dos jovens esportistas da época, aos quais caberia o êxito ou não do empreendimento. Felizmente. porém, os fatos confirmaram sua oportunidade, hoje tranformada em acontecimento de repercussão mundial.
Fonte: A São Silvestre rumo ao Sol - Caetano Carlos Paioli.
" Amor nenhum dispensa uma gota de ácido " Carlos Drummond de Andrade 1902/1987 poeta mineiro.
Boas corridas para todos
Carlão - técnico de atletismo
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