Equipe de Atletismo - Aramaçan - S.Andre 1958 |
Estudava de manhã e a tarde ia para os treinamentos no Clube, eu morava na Vila Assunpção depois no Bairro Jardim e o clube ficava na Vila Luzita muito longe, eu ia a pé, uma responsabilidade e inicio de disciplina na vida, foi uma época memorável da minha vida.
No começo fui orientado por pessoas leigas em Educação Física, mas dedicadas e com boa vontade em orientar jovens como eu. Realmente naquele tempo as coisas eram diferentes. Algum tempo depois passei a treinar com o Prof. Paulo da Costa Rezende ( falecido ) Professor de Educação Física que me orientou adequadamente e me induziu a correr as barreiras, acabei sendo seu auxiliar diletante.
O atletismo naquela época em São Paulo tinha duas divisões, sendo que os clubes da Capital eram da 1ª divisão e os clubes do interior como o meu clube pertenciam a 2ª divisão, competiamos rotineiramente no Clube de Regatas Tiête, Floresta hoje Esperia e em muitas cidades do Interior, fui campeão paulista nos 110 e 400 s/b aos 19 anos
A pista do Clube Atlético Aramaçan era de terra e carvão como todas as outras no Brasil e tinha apenas 300m. ao lado de um maravilhoso lago onde podiamos remar.
Acabei fazendo algumas corridas de rua, lembro claramente que em uma eliminatória da São Silvestre em Santo André correram apenas 8 atletas, que diferença de hoje! O Sindicato dos Metalurgicos de Santo André organizou certa feita uma prova do Trabalhador e em um ensolarado dia 1º de maio participei juntamente com cerca de 20 corredores um "mundão de gente".
Hoje as coisas estão totalmente mudadas, uma prova com tão pouco número de corredores nem é feita, o mundo evoluiu, a tecnologia ajuda, a educação física é uma necessidade de qualidade de sáude, os patrocinadores viram quanto é importante este nicho de mercado e as possibilidades de vantagens financeiras. Nossos jovens tem melhores condições para o sucesso, só falta a motivação e vontade.
Meu primeiro sapato de pregos foi um presente de um Diretor da Rhodia, Dr. Hugo de Macedo que viajando para Paris me trouxe aquele surpreendente "cadeaux", era uma sapatilha polonesa, uma jóia na época.
Muito tempo depois já universitário visitei o Dr. Macedo que aposentado vivia em Paris e agradeci aquela útil lembrança que ele deu para um garoto há tantos anos e que talvez tenha lhe dado um norte no esporte, foi a última e saudosa vêz que ví aquele Mecenas de tão agradável lembrança.
Meu pai grande incentivador e motivador conseguiu uma assinatura de uma revista especializada de atletismo chamada "Miroir d´athletisme" que vinha da França todos os meses e desta forma fui obrigado a melhorar meu francês para poder ficar à par do que acontecia na área.
Tudo mudou e hoje sinto-me muito feliz em poder dar treinos, escrever, dar aulas sobre atletismo, ética administração, praticas pedagógicas e acredito indubitavelmente que na vida o que vale são os primeiros degráus pois quanto mais difíceis mais agradáveis serão os resultados e a felicidade futura para um jovem..
Boas corridas para todos.
" Sempre existirão flores para aqueles que quiserem ve-las " Henri Matisse1869/1954 pintor francês
Carlão - técnico de atletismo
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